Para retomar nosso ano sabático tínhamos em mente que o mais importante era se vacinar. Após uma quarentena no México (que já postamos algumas fotos no instagram) fomos até os Estados Unidos e escolhemos a vacina da Pfizer, já usada por vários países do mundo e que tem o prazo de 21 dias entre as doses. Na época não havia discussão sobre o passaporte verde digital da Europa, nem mesmo ideia de unificação de controles entre os países da União Europeia.
Há um post explicando como fizemos o agendamento e tomamos a vacina logo no dia que chegamos em Nova Iorque. Tomamos a vacina na CVS, que era a farmácia mais próxima do hotel, e recebemos um cartão como esse abaixo. Para a segunda dose estávamos em Boston, e só nos dirigimos até uma farmácia Walgreens com a carteirinha em mãos para que fosse carimbada.
Então recebemos as notícias das primeiras iniciativas de passaporte verde na Europa, que seria chamado de green pass, health card ou ate mesmo passaporte sanitário. A nossa carteirinha, como puderam ver acima, era bem simples, facilmente falsificável (tinha até gente vendendo no ebay) e de difícil verificação, já que não havia um QR Code. Como nosso primeiro destino europeu seria a França, começamos a pesquisar como conseguir um desses passes eletrônicos, e logo na primeira tentativa já saímos com ele em mãos, então vamos contar para vocês o passo a passo:
Primeiro ponto: as Regras da França e o passaporte verde digital
Desde o dia 21 de julho, todos os lugares que recebem mais de 50 pessoas cobram o passaporte verde digital, ou health pass. Isso significa que para ir em museus, cinemas, festas, piscinas, aglomerações no geral, mas até mesmo para comer dentro de restaurantes e ficar em hotéis é necessário apresentar seu QR Code.
Cada pessoa tem um QR Code como esse abaixo. No sistema ficam gravadas todas as vacinas (com datas) e testes realizados. A vacina não é obrigatória, e caso você deseje não tomar não há problema, desde que faça um exame de antígeno que será válido por 48 horas. Esses pontos de testagem de COVID estão espalhados pela cidade e são gratuitos. Chegamos a encontrar um em frente ao Museu da Civilização, caso você não tenha tomado a vacina era só fazer um teste gratuito ali mesmo que seria gravado em seu passaporte verde e em meia hora você estaria liberado.
Cada vez que você entra em um desses lugares, como o museu, apresenta seu QR Code. O funcionário do museu possui um acesso especial que verifica suas informações em um banco de dados e traz na tela se você está permitido entrar ou não.
O que eu achei mais inovador no aplicativo é que ele pede acesso ao seu Bluetooth, uma forma de conexão entre celulares próximos. Imagina que um dia você almoça em um restaurante rodeado de outras pessoas, a tarde você vai para o museu e faz o teste de Covid na porta e o resultado é positivo. O sistema avisa a todos que tiveram contato com você para que façam novos testes.
Baixe o aplicativo Tous AntiCOVID
Como o próprio nome já diz, “Todos contra o COVID”, o objetivo é todos tenham o app em seus telefones e que a tecnologia ajude a erradicar a doença. O aplicativo é o passaporte verde digital e está disponível na Play Store do Google e na App Store da Apple em todos os países. Clique nos links para baixar.
Quem não quiser o aplicativo não tem problema. O passe sanitário pode ser o QR Code impresso também, apresentado da mesma forma nas entradas dos estabelecimentos. Se perder esse papel imagino que seja possível imprimir um novo nos mesmos locais de cadastro.
Encontre um local de vacinação perto de você
Escutamos de algumas pessoas que havia farmácias que também vacinam e poderia inserir os dados de sua carteirinha no sistema, mas que essas farmácias estavam cobrando entre 20 e 30 euros só para isso! um valor tão surreal que pensamos em desistir e nem correr atrás, mas decidimos buscar centros de vacinação do governo, e encontramos este website oficial. Através deste link você consegue verificar o local mais perto de seu hotel. Primeiro tentamos uma farmácia que estava somente fazendo testes (mas não dando vacinas) e eles disseram que isso não era possível para estrangeiros. Mas seguimos a indicação deste site e logo no primeiro local já deu tudo certo!
Leve seu passaporte e carteirinha de vacinação
Quando chegamos havia uma pequena fila de pessoas aguardando a vacina. Por sorte, a pessoa responsável por realizar a triagem na entrada era um francês em seus 20 e poucos anos, filho de escoceses que tinha um inglês perfeito! Mostramos nossa carteirinha de vacinação e explicamos que gostaríamos do passaporte verde digital europeu, e ele confirmou que era possível, só precisaríamos aguardar nossa vez de falar com o médico.
O médico já era um senhor de idade, que não falava nada de inglês, mas tivemos a ajuda de um outro intérprete na tradução e o processo foi extremamente simples! Ele abriu o site do governo francês, digitou os dados que constavam em nosso passaporte (nome e data de nascimento), digitou os dados da carteirinha (fabricante e data das doses), e pediu telefone e endereço (no caso passei o endereço de nossa anfitriã do TrustedHouseSitters que já falei nesse post, e passei o telefone do chip de celular que havia comprado). Ele imprimiu duas folhas com o QR Code e assinou! Com isso já estávamos liberados pra aglomerar o quanto quisermos!
Consiga o seu passaporte verde digital europeu
Mas o melhor é não depender apenas de um papel (que toda hora a gente se perde nessas papeladas, ou molha nesses passeios de barco). Abra o aplicativo que baixou anteriormente, coloque em ler QR Code e aponte para o papel que recebeu, e você aparecerá a mensagem de sucesso! Até confetes caem na tela! Foi a mesma emoção de ter tomado as doses da vacina!
E se a minha carteirinha de vacinação for brasileira da Anvisa?
No final é isso. Encontrando o lugar certo com as pessoas motivadas em te ajudar não tem erro. Não há motivos para não ter um passe europeu caso você tenha sido imunizado com uma vacina aprovada pela OMS e pela agência europeia de saúde. Só seguir o mesmo passo a passo e aproveitar os benefícios da vacina (e de nunca mais precisar colocar o cotonete no nariz). E quando for aglomerar não esquece de me chamar!
2 thoughts on “Como conseguir o passaporte verde digital da Europa”