Quando fomos fazer a trilha ao Base Camp do Everest ficamos com muitas dúvidas do quanto realmente custava cada coisa e qual a melhor forma de contratar os serviços.
Há muitas agências locais que oferecem o serviço e algumas agências brasileiras mais premiums também. Por mais que as agências cobrem, a estrutura dos lodges nunca serão incríveis, ou seja, talvez você esteja pagando a mais por um serviço extra, ou pelo nome da empresa, mas não pelo luxo.
Como foi nossa Trilha do Everest Base Camp
Nós escolhemos fazer de um jeito econômico, contratamos um porter/guia, ele é porter, mas está treinando para ser guia. Quem fez a trilha conosco foi o Bipin um garoto de 19 anos quietinho e tímido, mas que sempre estava lá para nos ajudar. Ele já levou outros brasileiros e todos recomendam ele! Nós pegamos a indicação com a Cláudia do blog Pequeno Viajante e foi ótimo.
Mas nós não fechamos diretamente com ele e já vou explicar. Quando se contrata o porter também é necessário ter o seguro para ele e aí você vai precisar da ajuda de uma agência local. Nós fechamos com o gerente do Flying Yak, hotel próximo à Thamel street em Katmandu.
Outro ponto é, caso o porter não apareça você tem a quem recorrer e eles te ajudam a achar outra pessoa, afinal estamos falando de ser humano, ele pode passar mal, não ter voltado de uma trilha e etc.
Com ele também fechamos o vôo para Lukla partindo de Katmandu e as permissões, pois é de Lukla que se inicia a trilha do campo base do Everest. As permissões ficariam U$5 mais baratas caso não fechássemos com ele, por isso decidimos fechar. O nosso vôo só saiu depois de 3 dias do agendado devido ao mal tempo, foi ótimo ter fechado com a agência assim não nos preocupamos com as remarcações e até mudaram a gente de cia aérea em um dos dias para que fossemos em um horário mais cedo.
Hospedagem e refeições pagamos por conta e acho que ai realmente você consegue economizar, primeiro porque você escolhe o que quer comer sem estar limitado. Afinal você já está limitado pelo que consegue chegar até a montanha e conforme aumenta a altitude o apetite e a diversidade da comida também diminui.
Caso também queira dividir a refeição ou não ficar na acomodação sugerida pelo porter você tem total liberdade.
Algumas perguntas que ouvimos frequentemente:
- É obrigatório fazer a trilha sem guia?
Não. É possível fazer a trilha sem guia, porém você terá que ir atrás de todas as permissões e na alta temporada correrá o risco de ficar sem acomodação. Como nunca sabemos como a altitude reagirá no seu corpo, um guia também será essencial caso você não se sinta bem.
Por outro lado a trilha é 100% autoguiada
- Tem como fazer a trilha sem porter?
Isso irá depender o seu condicionamento físico e de quanto peso você irá levar, se caso você se sentir apto, sim é possível. Lembre-se que na trilha tem muita subida e descida e é principalmente na descida que você pode machucar o seu joelho caso não esteja bem fortalecido.
- Tem como fechar as acomodações com antecedência?
Ter tem, mas você terá que contactá-las da maneira tradicional, entrando em contato e reservando cada uma delas. Lembre-se que se estiver com porter ou guia eles dependem de onde você vai dormir para acomodá-los, portanto se caso for você a entrar em contato com a acomodação já deixe isso alinhado.
Custos em Geral da Trilha do Everest Base Camp
Bom, vamos ao custos.
Fiz uma planilha no Excel e vou compartilhar com vocês caso queiram ver com mais detalhe. Se souberem mexer com tabela dinâmica há também uma simples na segunda aba.
Trekking
Os principais custos foram com o trekking em si, representou quase 73% da nossa viagem e foi U$1484 para duas pessoas. Estavam incluídas as permissões, o vôo, o porter, o seguro do porter, nosso seguro e a tip para o porter.
Para a agência que contratamos as permissões, o porter/guia e o seguro dele, e os vôos nós pagamos U$660 cada. Inclusive na época buscamos comprar o vôo por conta e saia mais caro.
Nosso tour foi de 12 dias (você pode conferir como ele foi aqui) ele tinha cobrado dois dias a mais do porter que percebemos depois do pagamento e ficaria por duas diárias no hotel no nosso retorno, mas como nosso vôo atrasou não achamos correto o porter ficar apenas nos esperando e resolvemos pagá-lo mesmos nos dias em que ele não nos assistiu e sim apenas nos esperou.
O porter custa cerca de U$15 por dia, então no total U$210 com os 2 dias extras que ele nos esperou. Além disso pagamos extra o seu seguro saúde e demos U$50 de gorjeta no final, a gorjeta não é uma prática que apreciamos, preferíamos que esse custo estivesse no preço total e pagar a mais por isso. Também levamos pra ele vários snacks que compartilhávamos durante a trilha. As condições de trabalho deles não são as melhores, mas muitas vezes é a única, mas isso é um assunto para outro post.
Alimentação no Campo Base do Everest
A segunda principal categoria dos custos foi a alimentação na trilha do Everest Base Camp. As acomodações são muito baratas e muitas vezes elas te dão um “desconto” caso você faça uma ou duas refeições no local, por isso o preço da alimentação desponta no total. O preço de tudo também aumenta conforme aumenta a altitude. Isso acontece pela dificuldade de levar as coisas montanha acima.
Os principais gastos foram com as refeições em si, o café da manhã deu aproximadamente 50% das outras refeições pois normalmente dividíamos entre nós dois. O custo médio da refeição (almoço e jantar) foi de U$6 para cada.
Hidratação
Um dado que nos chamou a atenção foi os custos com chá e água quente, somados foram mais de 13% do totla gasto com alimentação. Se hidratar é extremamente importante durante o trekking na altitude e esse não deve ser um item a ser economizado. Normalmente esse item não está incluído nas expedições ao Trekking do Everest Base Camp.
Para a água nós levamos um filtro da Sawyer e uma garrafa da Crazy Cap o que nos ajudou bastante a economizar (veja os itens que levamos na trilha do Base Camp aqui), porém a água em Gorak Shep, a última parada antes do Acampamento Base, não é canalizada e ela congela, só tem água quente ou para lavar a mão. Lá tivemos que comprar água e uma garrada de 1 litro custava U$3,6.
O total para hidratação nos custos de alimentação foi de quase 20%, U$74 não é custo convidativo, mas necessário.
Acomodação
As acomodações representaram apenas 5,5% dos nossos custos, conforme falei, os valores são menores pois eles acabam ganhando nas refeições. Como em alguns lodges os custos são todos separados do banho, carregamento de bateria e wifi do quarto em si, tomei a liberdade de incluí-los no total de hospedagem. O valor médio do quarto para 2 pessoas foi de U$5,2 por noite.
Esse é o custo que mais vai depender do seu estilo de viagem, o banho quente, por exemplo, era uma prioridade para nós e tomamos sempre que era possível, foi cerca de U$5 o banho. Tanto que, depois do valor do quarto, esse foi o item que mais somou para o total da acomodação.
Caso você faça uma viagem mais desconectado você também conseguirá economizar, no total entre bateria e wifi gastamos U$21,6.
Outros Custos.
Não inclui aqui alguns custos de vestimentas que tivemos na trilha do Campo Base do Everest. Alguns itens que compramos em Katmandu e que ficaríamos depois conosco, como segunda pele, luvas, calça impermeável. Caso você não tenha deverá separar uma grana para isso.
Em Katmandu você encontra vários itens “cópias dos originais” com bons preços. As lojas originais estão na rua Tridevi Sadak, ali os preços também são bons e muitas vezes você consegue promoção (não como os outlets dos EUA), o bom é que os itens essenciais sempre estão disponíveis.
Os snacks acabamos comprando a maioria no Líbano, país que visitamos antes do Nepal e tinha preços melhores, principalmente de chocolates. Alguns itens como o gel de proteína compramos em Malta na Decathlon, esse é um item mais difícil de encontrar em Katmandu.
Esses são itens muito pessoais e que vai depender tanto do que você já tenha como da sua dieta, por isso não inclui nos custos.
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